A dança e a música estão intimamente ligadas com a expressão humana. Os deuses antigos velam as artes desde o início dos tempos como maneira de exteriorizar a espiritualidade; ou seja numa concepção mais particular a arte é uma forma de ofertar a manifestação do Deus interno ao grupo, e a maneira facilitadora de se reconectar à ele (a).
As formas de catarse, são utilizadas dentro do caminho antigo para que se possa reestruturar os arquétipos conscientes, libertando dos grilhões que mente impõe ao nosso corpo emocional e espiritual e sem dúvida a dança sempre apareceu como uma maneira prazerosa de reativar o poder interno, manifestando assim a sacralidade que habita em cada um.
Dentro de diversas culturas espiritualistas, quando dançamos elevamos nossa mente a outro plano, nos facilitando o acesso entremundos, pois as danças ritualísticas não cessam até que a mente esteja completamente envolvida no círculo traçado e na atividade focada, não há espaço para obstruções de pensamentos e preocupações insignificantes.
O animal de Poder é uma das couraças energéticas que nossos guardiões utilizam para se manifestar, facilitando a comunicação entre guardião e velado ; as antigas tribos indigenas colocavam o animal de poder como parte do espírito representada de maneira selvagem, que acabava por compor o ser em essência, como energia que completa e facilita a intercomunicação com as forças naturais e sagradas.
Distante de técnicas e aperfeiçoamentos estéticos, as danças tribais reavivavam o ser humano em perispirito, trazendo a sacralidade à tona.
Quando se dança com e para os Deuses, sejam eles representados por animais guardiões, espíritos antigos ou forças naturais; purificamos a consciência curando as mazelas que o atordôo diário infere.
Dançamos com o espírito guardião a dança sagrada; que normalmente se dá ao redor de fogueiras em meios nem sempre ritualísticos, mas obrigatoriamente em círculo; Pois como há muito se observa a existência é circular, ofertamos então nosso coração à força criadora vital que nos rege e assim plena em gratidão ela nos corresponde. Entramos assim no processo de regeneração da consciência onde é possível repaginar antigas respostas que há muito flutuavam no rio da mente, que então poluído de obrigações e temores havia se tornado estéril.
Os Xamãs, dançam para um determinado animal; reverênciam a energia que está sob o domínio deste; permitindo através dos movimentos repetidos em sua similaridade, serem abençoados por esta força .
Quando o dançarino está entregue, coloca seu espírito para dançar junto e não mais a mente coordenando os movimentos, ele então é capaz de acessar a linguagem secreta da vida, que habita todas as coisas, pois assim como a existência, ele deixou-se fluir com o sagrado fluxo da fé.
A dança é simples, imita os movimentos dos animais, seus sons, as vozes da mãe natureza, normalmente adorna-se como mais parecido com a energia animal se possa estar, tudo isso girando em um movimento perfeito de coesão entre mente, coração e espírito.
Com o tempo e as ferramentas certas recebemos aprendizados destes espíritos, instrumentos de cura e até mesmo canções que podem ser entoadas durante essa dança sagrada, dessa forma a Grande mãe, o Grande mistério revela mais uma vez um de seus segredos..a simplicidade de estar em tudo e em nada ao mesmo tempo.
Abençoados sejam,
Moara Steinke.
Moara Steinke.
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