Da Maestria à Apoteose.

Dentro da sociedade capitalista hierarquica em que estamos inseridos é natural que alguns indivíduos carreguem as características deste sistema para a sua vida espiritual.. pois é adormecido na psique de cada ser, de que há um superior à ele em matéria, logo quando caminhamos rumo ao mundo espiritual a interpretação de praxe é de que há outro superior em éter .. a pureza da consciência está em um âmbito maior quando a compreensão ultrapassar pessoas, identidades e nomes e chegarmos ao entendimento divino.

É possível reconhecer a força  geradora do hinduísmo ao cristianismo, as nomenclaturas ou gêneros atribuídos a tais divindades são facultativas quando se percebe que , para estes Deuses pouco importa o nome pelo qual você irá chamá-lo.

A idade moderna trouxe muitos avanços e com eles também muitos retrocessos, pois a ligação que o ser humano possuía com sua origem e criação foi se perdendo ao longo dos séculos e hoje todas as religiões do mundo só fazem é tentar retornar aquele estágio primal de conexão, e vide , isto  não é um retrocesso; mas sim  a busca da essência que se perdeu durante o desenrolar de uma existência.. núcleo este que nos liga com o primeiro sentido de vida. A natureza.Muitos indivíduos perdidos nesta busca terceirizam a espiritualidade nomeando superiores espirituais e fechando os olhos para a conexão que lateja em cada um.

Não é difícil encontrar atualmente pessoas que se auto intitulem Mestres, Guias ou até próprios novos semi-deuses, o grande insight que deve-se ocorrer ao encontrar-se com um destes indivíduos é  perceber a índole e o conhecimento de tal , pois se ambos não caminharem em harmonia é possível que não sejam verdadeiros.Um mestre é espelho de sua vida, e se você não o consegue reconhecer em seus atos mundanos, não o reconhecerá em seu mundo espiritual.

Verdade. Esta é a palavra que rege qualquer base estruturada , pois nada é mais sólido do que os pilares erigidos em idoneidade, o verdadeiro guia não é aquele que aponta os erros dos seus subordinados e/ou iguais, mas o que cresce com eles e busca através destes erros a evolução em grupo. Pois se há alguma superioridade espiritual de um ser humano para com outro nada mais evidente de que as forças divinas aproximam as pessoas de quem elas necessitam , tanto para o Mestre como para o Aprendiz e quando a lição é assimilada dá-se então o crescimento original que liberta de fraquezas e limitações,Cabe ao guia identificar o caminho para esta evolução e quando este assim não o é capaz, é de nível básico que assuma perante os Homens e os Deuses que perdeu-se em seu caminho.É natural que aos olhos mundanos o equivoco sempre aponte para o aprendiz quando a naturalidade do fato é que se um aprendiz erra é porque o Mestre falhou em seu ensinamento.

O Paganismo atual transborda de Mestres, Alto Sacerdotes e Guias , seus seguidores muitas vezes tendem a colocá-los em patamares surreais como força dos Deuses sobre a Terra, erroneamente quando a essência do mundo pagão religa cada indivíduo com a força da Deusa-Mãe sem precisarem de intermediários ou à quem interpele por estes. O  fio é tênue que separa a evolução do espírito da Apoteose, quando acredita-se ter evoluído além do suficiente e já o necessário para préjulgar e analisar os demais , contrapondo  a raiz da maestria e espiriutalidade que encontra-se num princípio mergulhado em amor, chamado irmandade.

A irmandade é princípio básico das religiões de cunho ocultista, assim como ordens e filosofias secretas , um  sentimento primal para quem busca a iluminação de seus demônios internos e equilibrio de suas forças-luz. A partir, então desta compreensão , de que cada irmão possui suas fragilidades e forças é que busca-se  o maior aprofundamento do mundo espiritual.

Entretanto, o que lhes rogo hoje é para que cada um desperte em si seu mestre interior e ouça a voz da Deusa a lhes guiar  e não insistam no erro de o procurar fora de si pois como disse Doreen Valiente: "..  E você que busca conhecer-me, saiba que sua procura e ânsia serão em vão, a menos que você conheça os mistérios: pois se aquilo que busca não se encontrar dentro de você, nunca o achará fora de si...".

Reconhecer a estrada já percorrida por outros irmão mais antigos na arte é fundamental, mas deve ser interpretada como mais uma maneira de caminhar e não como lei, o conhecimento deve ser assimilado e dividido e nunca tido como verdade suprema pois sempre haverá o defensor de seu caminho e só a vivência lhe dará o total entendimento de sua verdade.